sexta-feira, 28 de agosto de 2015

MinC convida empresários do Nordeste a investir na cultura local.

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Foto - Minc.
Empresários e contadores do Nordeste são o público-alvo de um encontro que o Ministério da Cultura vai realizar no dia 2 de setembro, no Recife, durante a Reunião da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC). O colegiado avalia projetos inscritos na Lei Rouanet e aproveita seu calendário itinerante para promover encontros entre os diversos agentes da cadeia produtiva da cultura, entre eles, pessoas jurídicas – e também físicas – com potencial de investimento no setor.
O bate-papo informativo sobre a Lei Rouanet e o Vale Cultura será conduzido pelo Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do MinC, Carlos Paiva, que também responde pela gestão da Lei Rouanet; e contará ainda com a participação de representantes do empresariado na CNIC; e do Secretário Estadual de Cultura, Marcelino Granja. “Será uma boa oportunidade para identificarmos novos parceiros das políticas culturais no estado e reafirmarmos a Cultura como setor estratégico para o desenvolvimento sustentável da nossa região”, adiantou Marcelino.
De acordo com Silvana Meireles, Secretária Estadual Executiva de Cultura, o encontro também vai ser oportuno para discussões sobre o Procultura, projeto de lei em tramitação na Câmara Federal, pelo qual se propõe a reformulação da Rouanet: “É preciso reverter o desequilíbrio na distribuição dos recursos da Lei Rouanet. Em 2014, cerca de 60% dos projetos que captaram recursos foram do Sudeste, enquanto apenas 5,75% do Nordeste e 1% de Pernambuco. Esse quadro se repete a cada ano”.
Algumas empresas que já são parceiras da cultura pernambucana relatam vantagens e o retorno social do investimento. É o caso da Ferreira Costa que, de acordo com sua gerente de marketing, Carla Cerqueira, “tem buscado patrocinar projetos que deixem benefícios mais permanentes na sociedade”. Via Lei Rouanet, a empresa já patrocinou, por exemplo, o Janeiro de Grandes Espetáculos e o Festival Internacional de Literatura Infantil em Garanhuns, além de doar livros e formar profissionais que ajudam a manter mais de 138 bibliotecas na região do agreste pernambucano, Recife e Salvador.
Já para a presidente do Instituto Conceição Moura (Grupo Moura), “o objetivo é financiar projetos que beneficiem diretamente a população de Belo Jardim, que fomentem iniciativas menos comercias, com premissa de continuidade e que entrem no calendário cultural da cidade”, destacou Mariana Moura. Apenas de 2014 até aqui, mais de 3.700 moradores do município já foram beneficiados com ações patrocinadas pela instituição, como o Cine Jardim – Festival de Cinema de Belo Jardim e as apresentações do Virtuosi.
O Encontro do MinC com empresários e contadores do Nordeste vai acontecer no auditório da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE). No convite oficial, o Ministério ressalta que investir em cultura é investir na sociedade, potencializando o desenvolvimento local, especialmente o social e econômico, e ampliando a capacidade de inovação de sua comunidade, cidade e região. 
Interessados devem solicitar inscrição pelo e-mail mariojarbas@secult.pe.gov.br
SERVIÇO
Encontro do MinC com Empresários e contadores do Nordeste
Quarta-feira, 2/9 | Das 9h às 12h | Auditório da FIEPE
Endereço: Av. Cruz Cabugá, 767 – Santo Amaro/Recife
Inscrições: E-mail para mariojarbas@secult.pe.gov.br
Programação:
9h – Boas-vindas
9h20 – Abertura Oficial
Vale-Cultura, Balanço dos 20 anos de Lei Rouanet, Possibilidade de investimento com recursos incentivados, Parcerias com o MinC, Casos de sucesso na região, Ações da Secretaria de Cultura do Estado, Ações da Fundação de Cultura Cidade do Recife, ProCultura
12h – Encerramento
SOBRE A REUNIÃO DA CNIC NO RECIFE
A reunião, que acontecerá pela primeira vez em Pernambuco, será a 236ª da CNIC. A ação itinerante foi adotada em 2011 e já percorreu 23 cidades de 17 estados brasileiros, além do Distrito Federal. A agenda é fruto de articulação institucional entre Ministério da Cultura, Secult-PE e Fundarpe, Secretaria de Cultura do Recife, Fundação de Cultura da Cidade do Recife, Santander Cultural e Representação Regional Nordeste do MinC, com apoio do Sistema FIEPE, do Porto Digital, da Jump Brasil, do Instituto Talento Brasil, da Fundação Joaquim Nabuco, da Universidade de Pernambuco e da Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) de Pernambuco. Saiba mais sobre a reunião.

sábado, 22 de agosto de 2015

Salve 22 de agosto. Nesta data comemoramos 50 anos do dia do Folclore Nacional.


Este ano, o Dia do Folclore completa 50 anos. Assinado em agosto de 1965, o Decreto Nº 56.747 instituiu a data e determina que as instituições de ensino realcem a importância do folclore na formação cultural do país. Confira a integra do referido decreto:


Institui o dia do Folclore.

        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 87 - inciso I, da Constituição e
        CONSIDERANDO a importância crescente dos estudos e das pesquisas do Folclore, em seus aspectos antropológico, social e artístico, inclusive como fator legitimo para o maior conhecimento e mais ampla divulgação da cultura popular brasileira.

        CONSIDERANDO que a data de 22 de agôsto, recordando o lançamento pela primeira vez, em 1846, da palavra Folk-Lore, é consagrada a celebrar esse evento;

    CONSIDERANDO que o Govêrno deseja assegurar a mais ampla proteção as manifestações da criação popular, não só estimulado sua investigação - estudo, como ainda defendendo a sobrevivência dos seus folguedos e artes, como elo valioso da continuidade tradicional brasileira,

        DECRETA:

        Art. 1º Será celebrado anualmente, a 22 de agôsto, em todo o território nacional, o Dia do Folclore.

        Art. 2º A Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro do Ministério da Educação e Cultura e a Comissão Nacional do Folclore do Instituto Brasileiro da Educação, Ciência e Cultura e respectivas entidades estaduais deverão comemorar o Dia do Folclore e associarem-se a promoções de iniciativa oficial ou privada, estimulando ainda, nos estabelecimentos de curso primário, médio e superior, as celebrações que realcem a importância do folclore na formação cultural do país.

        Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

        Brasília, 17 de agôsto de 1965; 144º da Independência e 77º da República.

H. CASTELLO BRANCO


Flávio Suplicy de Lacerda


Este texto não substitui o publicado no D.O.U.  de 18.8.1965

domingo, 9 de agosto de 2015

Rio de Janeiro realiza festival internacional de Neo-Fanfarras.

Reportagem de Nanna Pôssa.

Foto - Meramente ilustrativa.
Neste final de semana, o Rio de Janeiro vai ser a capital das fanfarras. O Festival Honk chega na cidade com apresentações gratuitas em praças e ruas. 

São mais de 20 grupos musicais, entre os anfitriões cariocas e os convidados de São Paulo, do Chile e dos Estados Unidos. As bandas usam sopro e percussão, e do Méier a Niterói, passando por Santa Teresa e pelo Alto da Boa Vista, o som das fanfarras vai ecoar em diversos pontos da cidade. 

Foto - Meramente ilustrativa.
Todo o festival foi organizado de forma coletiva e o dinheiro para bancar os custos das bandas de fora do Rio foi arrecadado através de uma vaquinha na internet.
De acordo com um dos organizadores do festival, Edilson Matos, o Honk surgiu nos Estados Unidos há 10 anos, e pela primeira vez vem ao Rio de Janeiro.


Foto - Meramente ilustrativa.
SONORA - Edilson também é um dos músicos da Sinfônica Ambulante, banda de Niterói, que participa do festival. Ele diz que o movimento chamado de Neo-Fanfarra foi crescendo no Rio nos últimos cinco anos, e o som é variado.


ENCERRAMENTO - O encerramento do festival vai ser a partir de 19hs00min de domingo (9) no Arpoador, praia da Zona Sul do Rio, com a participação da Orquestra Voadora, os Siderais, Bagunço Móvel, além dos chilenos Rim Bam Bum e de uma banda de fanfarra norte-americana.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Bolsa Funarte de Fomento aos Artistas e Produtores Negros 2014: comunicado.

A Fundação Nacional de Artes (Funarte), por meio de seu Centro de Programas Integrados (Cepin), informa que foi repassado pelo Ministério da Cultura o montante de R$ 4 milhões para continuidade do Edital Bolsa Funarte de Fomento aos Artistas e Produtores Negros 2014.

Com isso, a Funarte inicia o processo para convocar a Comissão de Seleção que será responsável por avaliar os 1.405 projetos já habilitados. A Comissão é composta por 20 membros, sendo sete representantes regionais do Ministério da Cultura e os demais membros da sociedade civil, indicados por esta Fundação dentro das linguagens artísticas. Os critérios de avaliação estão estabelecidos no item 9.1 do Edital.

Aproveitamos para reiterar que, no âmbito do Ministério da Cultura e da Funarte, promovemos todos os esforços para honrar os compromissos das etapas pendentes do certame.

Acompanhe a divulgação das próximas etapas do Edital, aqui no site da Funarte



Link: http://www.funarte.gov.br/artes-integradas/edital-bolsa-funarte-de-fomento-aos-artistas-e-produtores-negros-2014

sábado, 11 de julho de 2015

Lei 13.130 de 2015 reconhece a Caminhada com Maria "Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil".

Texto redigido por Francisco Barros. 
Caminhada com Maria, procissão religiosa realizada anualmente no dia 15 de agosto, percorrendo do Santuário de Nossa Senhora da Assunção na Barra do Ceará até a Catedral Metropolitana de Fortaleza, Estado do Ceará, tornou-se através de lei "Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil". Veja a transcrição da referida lei abaixo:

Foto - Internet.

Declara a Caminhada com Maria, realizada no dia 15 de agosto de cada ano, do Santuário de Nossa Senhora da Assunção na Barra do Ceará até a Catedral Metropolitana de Fortaleza, Estado do Ceará, Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o Esta Lei tem como objetivo reconhecer a importância da Caminhada com Maria, como forma de expressão do patrimônio histórico-cultural-religioso brasileiro. 
Art. 2o Fica a Caminhada com Maria realizada no dia 15 de agosto de cada ano, do Santuário de Nossa Senhora da Assunção na Barra do Ceará até a Catedral Metropolitana de Fortaleza, Estado do Ceará, constituída como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, para todos efeitos legais.  
Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 3 de junho de 2015; 194o da Independência e 127o da República. 
DILMA ROUSSEFF
João Luiz Silva Ferreira
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.6.2015



Foto - Internet.



terça-feira, 30 de junho de 2015

30 de junho. Dia Nacional do Bumba meu boi.

Boi-bumbá, bumba meu boi, boi de mamão, bumba de reis, boizinho -  e a lista continua. São mais de 10 nomes que indicam o mesmo personagem do espetáculo que reúne dança, música e teatro em festas de Norte a Sul do País.
 
Neste dia 30 de junho, quando se comemora o dia de São Marçal, tido como padroeiro dos bombeiros, as festas juninas e as ruas das cidades são tomadas, em especial no Nordeste do Brasil, pelas apresentações do boi, composta por elementos das culturas africana, europeia e indígena.
 
Mesmo com suas variações regionais, a encenação do boi conta a história da escrava Catarina (ou Catirina), que está grávida e com desejo de comer língua de boi. Ela pede ao marido Pai Francisco para matar o boi mais bonito da fazenda. Chico mata o boi, mas tem de ressuscitá-lo para evitar a punição do fazendeiro, dono do boi. O processo de trazer o boi à vida conta com a ajuda de personagens que variam de médico, passando por padre e pajé, ou todos eles juntos. 
 
A importância da manifestação cultura levou o governo federal a instituir, por meio de lei (12.103 de 2009), o Dia Nacional do Bumba Meu Boi, comemorado em 30 de junho. 

Cerca de dois anos depois, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao Ministério da Cultura, deu o título de "Patrimônio Cultural do Brasil" à atividades promovidas pelo o Complexo Cultural do Bumba meu boi do Maranhão. 
 
De acordo com Iphan, a manifestação popular maranhense congrega diversos bens culturais associados, divididos entre plano expressivo, composto pelas performances dramáticas, musicais e coreográficas, e o plano material, composto pelos artesanatos, como os bordados do boi, confecção de instrumentos musicais artesanais, entre outros. 
 
Com o recebimento do título, que tem validade de 10 anos, o Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan sugeriu algumas medidas de salvaguarda como o incentivo à documentação, conhecimento e divulgação; fortalecimento e apoio à sustentabilidade dos grupos; e valorização das expressões tradicionais do Bumba meu boi. 
 
A brincadeira está disseminada pelo País e o número de participantes de cada grupo é variável. Apenas no Maranhão, segundo dados do Iphan, levantados em 2010/2011, existem cerca de 450 grupos de bumba meu boi em 70 dos 217 municípios maranhenses.
 
Assessoria de Comunicação do Ministério da Cultura.

 

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Museu da Abolição apresenta artefatos culturais de inspiração africana

Foto - Exposição fica em cartaz até 1º de agosto no MAB.
Ocupando as salas do pavimento térreo do Museu da Abolição (MAB), que integra a rede do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) no Recife (PE), será aberta nesta quinta-feira (11), às 19h, a exposição temporária Culturas africanas – arte, mitos e tradições.
A mostra, que fica em cartaz até 1º de agosto, pretende enfatizar o variado e rico repertório de máscaras, totens e escudos de algumas etnias encontradas em países africanos, como a Costa do Marfim, Quênia, Burkina Faso, Angola, entre outros.
Os expositores, alunos do Curso de Extensão de Modelagem em Argila da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), realizaram ampla pesquisa sobre as tradições, os costumes, os ritos e os mitos de povos africanos.
A intenção foi entender o significado simbólico daqueles povos, o que inclui máscaras, totens e objetos lúdicos e criativos do dia a dia. Valoriza-se, assim, o conteúdo dos volumes, a variedade das formas geométricas, os contornos e as expressões faciais.
A direção da pesquisa e da exposição é de Suely Cisneiros Muniz, professora do departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística, e Paulo Lemos de Carvalho, professor e pesquisador em Antropologia da Arte Tradicional Africana, ambos da UFPE.
Experimentação - No caso das máscaras e totens, em vez da madeira, tradicionalmente utilizada em sua confecção,  empregou-se inicialmente como matéria-prima a argila, cuja experimentação em modelagem resultou em um admirável efeito estético/ expressivo, vivenciado em cada etapa do processo.

Para a finalização, optou-se por materiais mais atuais, como massa plástica, fibra de vidro, pasta de celulose, além do emprego de cores variadas e de pátina, para conferir às máscaras uma textura semelhante àquelas originais.
Outros elementos de caracteres ornamentais foram empregados (tecidos, conchas, chifres, metais, miçangas e fibras vegetais) e complementam a indumentária ritualística das peças expostas. Fazem parte do acervo indumentárias e adereços originais dos Reinos da Grassland, da República dos Camarões, e da arte Korhogo, da Costa do Marfim.
O Museu da Abolição localiza-se na Rua Benfica, 1150 – Madalena. As visitas podem ser feitas de segunda a sexta, das 9h às 17h e aos sábados, das 13 às 17h. Conheça mais sobre o MAB.
Texto e foto: Divulgação MAB.

domingo, 17 de maio de 2015

RECORD É CONDENADA POR AGREDIR RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS.

A Justiça Federal condenou a Rede Record de Televisão e a Rede Mulher a produzir e exibir quatro programas contendo o direito de resposta de religiões de matriz africana como o Candomblé e a Umbanda; de acordo com sentença do juiz da 25ª Vara Federal Cível em São Paulo, Djalma Moreira Gomes, as emissora veicularam conteúdos ofensivos contra religiões e crenças afro-brasileiras em suas programações;  ação aponta que ex-adeptas destas religiões e convertidas à Igreja Universal são apresentadas em diversas ocasiões de forma depreciativa como "ex-bruxa" e ex-mãe de encosto", além de serem acusadas de terem servido aos "espíritos do mal"; emissoras ainda podem recorrer da decisão
14 DE MAIO DE 2015 ÀS 17:01
247 - A Justiça Federal condenou a Rede Record de Televisão e a Rede Mulher a produzir e exibir quatro programas contendo o direito de resposta de religiões de matriz africana como o Candomblé e a Umbanda. De acordo com sentença do juiz da 25ª Vara Federal Cível em São Paulo, Djalma Moreira Gomes, as emissoras veicularam conteúdos ofensivos contra religiões e crenças afro-brasileiras em suas programações. As emissoras ainda podem recorrer da decisão.
A ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF), Instituto nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira e o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e da Desigualdade. A alegação é que religiões como o Candomblé e a Umbanda são alvos de constantes agressões em programas veiculados pelas duas emissoras.
Como exemplo, a ação aponta que ex-adeptas destas religiões e convertidas à Igreja Universal são apresentadas em diversas ocasiões de forma depreciativa como "ex-bruxa" e ex-mãe de encosto", além de serem acusadas de terem servido aos "espíritos do mal".
A ação cita como exemplo trechos em que ex-adeptas da fé afro-brasileira, convertidas à Igreja Universal, são chamadas de "ex-bruxa", "ex-mãe de encosto" e acusadas de servir aos "espíritos do mal".

A Justiça determinou que os programas a serem exibidos tenham duração mínima de uma hora e que devem ser produzidos utilizando as instalações, equipamentos e pessoal das próprias empresas, sendo veiculadas em horários correspondentes aos que as ofensas foram levadas ao ar.

Além disso, os programas deverão ser apresentados duas vezes dentro da grade de programação e ter pelo menos três chamadas na véspera ou no dia em que os programas forem veiculados.

sábado, 9 de maio de 2015

Chico César. Canta os Reis do Agronegócio (Estúdio Showlivre).



Reis do Agronegócio

(música de Chico César, letra de Carlos Rennó)

Ó donos do agrobiz, ó reis do agronegócio,

Ó produtores de alimento com veneno,

Vocês que aumentam todo ano sua posse,

E que poluem cada palmo de terreno,

E que possuem cada qual um latifúndio,

E que destratam e destroem o ambiente,

De cada mente de vocês olhei no fundo

E vi o quanto cada um, no fundo, mente.

Vocês desterram povaréus ao léu que erram,

E não empregam tanta gente como pregam.

Vocês não matam nem a fome que há na Terra,

Nem alimentam tanto a gente como alegam.

É o pequeno produtor que nos provê e os Seus deputados não protegem, como 

dizem: Outra mentira de vocês, Pinóquios véios.

Vocês já viram como tá o seu nariz, hem?

Vocês me dizem que o Brasil não desenvolve Sem o agrebiz feroz, desenvolvimentista.

Mas até hoje na verdade nunca houve um desenvolvimento tão destrutivista.

É o que diz aquele que vocês não ouvem, o cientista, essa voz, a da ciência.

Tampouco a voz da consciência os comove. Vocês só ouvem algo por conveniência.

Para vocês, que emitem montes de dióxido,

Para vocês, que têm um gênio neurastênico,

Pobre tem mais é que comer com agrotóxico,

Povo tem mais é que comer, se tem transgênico.

É o que acha, é o que disse um certo dia Miss Motosserrainha do Desmatamento.

Já o que acho é que vocês é que deviam Diariamente só comer seu “alimento”.

Vocês se elegem e legislam, feito cínicos, Em causa própria ou de empresa coligada:

O frigo, a múlti de transgene e agentes químicos, Que bancam cada deputado da bancada.

Té comunista cai no lobby antiecológico Do ruralista cujo clã é um grande clube.
Inclui até quem é racista e homofóbico.

Vocês abafam mas tá tudo no YouTube.

Vocês que enxotam o que luta por justiça;

Vocês que oprimem quem produz e que preserva;

Vocês que pilham, assediam e cobiçam A terra indígena, o quilombo e a reserva;

Vocês que podam e que fodem e que ferram Quem represente pela frente uma barreira,

Seja o posseiro, o seringueiro ou o sem-terra, O extrativista, o ambientalista ou a freira;

Vocês que criam, matam cruelmente bois, Cujas carcaças formam um enorme lixo;

Vocês que exterminam peixes, caracóis, Sapos e pássaros e abelhas do seu nicho;

E que rebaixam planta, bicho e outros entes,

E acham pobre, preto e índio “tudo” chucro:

Por que dispensam tal desprezo a um vivente?

Por que só prezam e só pensam no seu lucro?

Eu vejo a liberdade dada aos que se põem Além da lei, na lista do trabalho escravo,

E a anistia concedida aos que destroem O verde, a vida, sem morrer com um centavo.

Com dor eu vejo cenas de horror tão fortes,

Tal como eu vejo com amor a fonte linda –

E além do monte o pôr-do-sol porque por sorte Vocês não destruíram o horizonte...

Ainda. Seu avião derrama a chuva de veneno Na plantação e causa a náusea violenta

E a intoxicação “ne” adultos e pequenos – Na mãe que contamina o filho que amamenta.

Provoca aborto e suicídio o inseticida, Mas na mansão o fato não sensibiliza.

Vocês já não ´tão nem aí co´aquelas vidas. Vejam como é que o Ogrobiz desumaniza...:

Desmata Minas, a Amazônia, Mato Grosso...;

Infecta solo, rio, ar, lençol freático; Consome, mais do que qualquer outro negócio,

Um quatrilhão de litros d´água, o que é dramático.

Por tanto mal, do qual vocês não se redimem;

Por tal excesso que só leva à escassez –

Por essa seca, essa crise, esse crime, Não há maiores responsáveis que vocês.

Eu vejo o campo de vocês ficar infértil, Num tempo um tanto longe ainda, mas não muito;

E eu vejo a terra de vocês restar estéril, Num tempo cada vez mais perto,

e lhes pergunto: O que será que os seus filhos acharão de Vocês diante de um legado tão nefasto,

Vocês que fazem das fazendas hoje um grande Deserto verde só de soja, cana ou pasto?

Pelos milhares que ontem foram e amanhã ser- Ão mortos pelo grão-negócio de vocês;

Pelos milhares dessas vítimas de câncer, De fome e sede, e fogo e bala, e de AVCs;

Saibam vocês, que ganham “cum” negócio desse Muitos milhões,

enquanto perdem sua alma,

Que a mim não faria falta se vocês morressem;

Saibam que não me causaria nenhum trauma;

Que a mim não faria falta se vocês morressem;

Talvez assim a terra encontrasse um pouco de calma;

Ó donos do agrobiz,


ó reis do agronegócio.

sábado, 2 de maio de 2015

Acre. Cinema indígena recupera cultura e afirma identidade.

Por Rose Farias em 19/04/2015.

Zezinho Yube nas telas do cinema indígena (Foto: Divulgação)
Com um acervo de documentários premiados em festivais nacionais e internacionais, os realizadores indígenas no Acre se debruçam sobre a tecnologia digital, produzindo obras que se constituem em rico patrimônio material e intelectual.

Os filmes são utilizados por esses povos para narrar as práticas cotidianas de sua cultura com os rituais de danças, cantos e espiritualidade, além de servirem como recurso didático nas escolas indígenas e mostrarem a sua luta.
O cineasta Zezinho Yube, hunikui da Terra Indígena Praia do Carapanã, aldeia Mibayã, no Rio Tarauacá, tem nove filmes produzidos e premiados em vários festivais. Yube é assessor especial dos Povos Indígenas do governo do Estado.
Cena do documentário “A gente luta mas come fruta” (Foto: Vídeo nas Aldeias)
O primeiro contato de Yube com o cinema foi com a oficina do projeto Vídeo nas Aldeias, dirigido pelo cineasta Vicent Carelli. Dois anos depois da segunda formação, o cineasta fez seu primeiro documentário, fruto da oficina “Xinã Bena, Novos tempos”.
Zezinho utiliza o cinema-documentário para narrar as histórias sobre a origem de seu povo, a sua cultura e o cotidiano nas aldeias. “Muitas danças, cantos e rituais que nosso povo fazia antes, e que haviam sido adormecidas devido aos processos de correrias e escravidão que passamos, foram revitalizados pelos registros audiovisuais. Meu pai sempre diz que se a gente tivesse esse recurso da tecnologia tempos atrás a gente poderia ver como era a vida há 100 ou 200 anos”, ressaltou.
Para Yube o cinema, além de servir como registro da cultura dos povos indígenas, é um instrumento para fins políticos. “Nas narrativas está contida a nossa luta para mostrar para a sociedade, os não indígenas e outros outros povos indígenas que existem várias culturas diferentes”, comenta.
O cineasta dirigiu os documentários: “Bimi, Mestra de Kenes”, “Já me transformei em imagem”, “Katxa Nawá”, “Troca de Olhares”, “Uma escola Hunikui”, “Xinã Bena, Novos tempos”, “Manã Bai, a história do meu pai” e “Kene Yuxi, as voltas do Kene”.
O cinema na escola indígena
Para o cineasta e professor indígena Issac Piyãko (ashaninka) o cinema possui um importante significado quando utilizado sob forma de narrativas nas escolas, como recurso didático. “Cada vez que fazemos um trabalho em vídeo e mostramos ao nosso povo é um enriquecimento muito grande: olha, isso aconteceu daquela maneira, hoje está acontecendo deste jeito. Os próprios alunos que estão estudando, que veem a gente falar do mundo, da vida, das pessoas, no vídeo, eles sabem o que aconteceu, o que está acontecendo e o que pode vir a acontecer”.
Issac Piyãko é autor do documentário “A Gente Luta Mas Come Fruta”, juntamente com o irmão Wewito Piyãko. O filme foi vencedor do prêmio Panamazônia ActionAid 2007 como melhor produção audiovisual.
Cena do documentário “A gente luta mas come fruta” (Foto: Vídeo nas Aldeias)
Com 40 minutos, o documentário descreve o manejo agroflorestal realizado pelos ashaninka da Aldeia Apiwtxa no Rio Amônia, Acre. No filme eles registram, por um lado, seu trabalho para recuperar os recursos da reserva e repovoar seus rios e suas matas com espécies nativas e, por outro, a luta contra os madeireiros que invadem sua área na fronteira com o Peru.